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2004/10/31


Uma Abobora pacifica e serena, prima do logo deste bloguinho... Boa noite de Halloween para todos!

2004/10/28


Observo-te...

Observo-te sem saberes
na minha alma, nos meus pensamentos.
Nunca te direi o quanto te quero.
Não sei se serás meu, ou se serei tua.
Não sei se sou quem desejas.
Sei que amo, e talvez sejas tu.
Será possível? pergunto-me...
Observo-te sem saberes
na minha alma, nos meus pensamentos.

Gostaria de sentir o teu abraço,
um beijo, o calor da tua pele, o seu aroma.
Pensamentos que me assolam e não largam.
Dúvidas que surgem, talvez sem sentido,
sem direcção...
Quero simplesmente... conhecer-te.
Por isso te observo em silêncio,
Sem desconfiares, sem saberes.

2004/10/27

Duas Luas...

No fim de um dia de formação intensiva, onde o tema principal foi estatística, tema interessantíssimo, enfrentei o trânsito e iniciei o meu regresso a casa. Nada de extraordinário diria... porém, dois momentos houve que me marcaram... dois momentos simples de magia pura e irrepetíveis...
O primeiro aconteceu quando á espera do comboio na estação olhei entre os ferros da cobertura desta e vislumbrei uma Lua quase plena, cor de marfim, luminosa, sob um fundo de noite azulescura sem estrelas... perfeita e serena, quase doce...
Um segundo momento revelou-se mais tarde quando, num olhar rápido pela janela do comboio, a vislumbrei de novo, desta vez ligeiramente encoberta, sempre brilhante, como gema preciosa num céu de ébano, escondendo-se por entre flocos de nuvens escuras...
Dois momentos, dois... que desejei congelar e guardar para todo o sempre pela força que tiveram e a impressão que em mim criaram, indelével, como uma marca de tinta na alma e na memória... mas porque não tinha eu uma máquina...?

2004/10/26


Árvore...

Como uma árvore no meio do campo...
Braços ramos abertos em direcção ao sol, ao céu...
Azul e ouro, cores plenas...
Solitária, esticando-se em frondes para os outros...
Copa frondosa, ramos ao vento, chuva, sol, perdida no nevoeiro,
Aceito as estações e a sua passagem...
Com estas vão passando os seres, as vidas...
Floresço com a Primavera e frutifico com o Verão,
Floresço com a Amizade, frutifico com o Carinho e o Amor...
Perco as folhas no Outono, tremo de ramos nús no Inverno...
Perco as folhas com a Indiferença, tremo de ramos nús com a Mentira...
E o tempo passa solitário e lento no meio do campo...
Abrigo, refúgio, auxílio, serenidade, repouso...
Nada peço em troca senão companhia, apoio,
uma mão aberta e honesta
que me liberte dos ramos mortos e sem futuro...
Enquanto vou assistindo ao desenrolar das estações pessoas...
Aguardando que outra árvore venha para me fazer companhia...


2004/10/25

Angústia...

Acordei com um nó na garganta, meio sufocada, sem ar, cabelos colados ao rosto, descoordenada, perdida, quase sem saber onde estava... Demorei um pouco a ordenar as ideias, com o corpo que gritava atenção e se queixava de dores... restos de uma noite mal-dormida, sem repouso, sem descanso... tenho os olhos inchados e ainda ardem... sinto a almofada molhada e salgada, das lágrimas que perdi durante a noite, durante o sono... porque é de noite que soltamos toda a angústia que temos em nós, que nos libertamos... é de noite que se perdem as defesas e se baixam as máscaras de sobrevivência... de noite já não temos de manter um sorriso, já não temos de fazer acreditar aos outros que estamos bem... podemos libertar na solidão todo o desespero por ninguém reparar nos SOS que vamos deixando plantados aqui e ali... quando por vezes bastava um abraço inesperado para nos reanimar... Começou um novo dia... há que levá-lo em frente, até ao fim, porque há sempre alguém que depende de nós e para esse alguém temos de encontrar toda a força do mundo e manter-nos à tona da água... ainsi soit'il...

2004/10/24


Forever Yours - NightWish

Fare thee well, little broken heart
Downcast eyes, lifetime loneliness

Whatever walks in my heart will walk alone

Constant longing for the perfect soul
Unwashed scenery forever gone

No love left in me
No eyes to see the heaven beside me
My time is yet to come
So I'll be forever yours


2004/10/23

Denúncia - Miguel Torga

Acuso-te, Destino!
A própria abelha às vezes se alimenta
Do mel que fabricou...
E eu leio o que escrevi
Como um notário um testamento alheio.
Esvazio o coração, cuido que me exprimi,
E vou a olhar o poço, e ele continua cheio!

Acuso-te e protesto.
É manifesto
Que existe malvadez ou má vontade!
Com a mais humilíssima humildade,
Requeiro, peço, imploro...
Mas trago às costas esta maldição
De sofrer com razão ou sem razão,
E de não ter alívio nas lágrimas que choro!

2004/10/21



2004/10/20

Eu Sei que Vou te Amar / Vinicius de Morais

Eu sei que vou te amar,
Por toda a minha vida eu vou te amar,
A cada despedida, eu vou te amar,
Desesperadamente, eu sei que vou te amar.

E cada verso meu será
Pra te dizer, que eu sei que vou te amar,
Por toda a minha vida.

Eu sei que vou chorar,
A cada ausência tua eu vou chorar,
Mas cada volta tua há de apagar
O que essa tua ausência me causou.

Eu sei que vou sofrer
A eterna desventura de viver
À espera de viver ao lado teu,
Por toda a minha vida.

Eu sei que vou te amar,
Por toda a minha vida eu vou te amar,
A cada despedida, eu vou te amar,
Desesperadamente, eu sei que vou te amar.

E cada verso meu será
Pra te dizer, que eu sei que vou te amar,
Por toda a minha vida.

Eu sei que vou chorar,
A cada ausência tua eu vou chorar,
Mas cada volta tua há de apagar
O que essa tua ausência me causou.

Eu sei que vou sofrer
A eterna desventura de viver
À espera de viver ao lado teu,
Por toda a minha vida.


Esperança...

Tinha esperança que gostasses de mim,
tal como eu gosto de ti...
Tinha esperança de te conhecer
e confirmar ou não este sentimento...
Tinha esperança de ter para ti
o mesmo significado....
Tinha esperança de te poder dizer,
olhos nos olhos, gosto de ti...
Tinha esperança que esta amizade
tivesse de facto crescido...
Tinha esperança que tudo isto
não fosse só uma ilusão minha...
Tinha esperança que os laços
se tornassem nós...
Tinha esperança...
e de repente a esperança deu lugar à incerteza,
à dúvida e ao silêncio...
E quando a esperança fraquejou...
Morri mais um pouco...

2004/10/19

Dor...

Vieram as chuvas e com elas uma certeza...
A certeza crua e dura de que não era amada
Que o sentimento que tinha era real, mas não correspondido.
Pura ilusão de um coração triste,
quais sonhos impossíveis de criança que ficam por realizar.
A realidade bateu-lhe em cheio, quase um insight.
Sentiu-se defraudada, furiosa, clamou vingança e,
finalmente, refugiou-se no seu canto, e chorou...
chorou até ficar sem lágrimas e sem forças,
até não mais poder...
Abriu-lhe as portas outras vez
Sentiu-a vir devagar e acolheu-a
no coração onde sempre tinha estado
a tristeza...

Cada vez mais só e sem sentido,
sem objectivos, sem amor, sem nada
mera sobrevivência de um corpo...
resta-lhe a tristeza e a dor,

uma dor surda e palpitante na alma
que a faz deixar de acreditar...
que a revolta face à felicidade dos outros.
Sente-se perdida e vazia,
cravando-se no coração
uma certeza vaga
de que nunca irá partilhar uma vida...




2004/10/18

2ª de manhã...

Outra vez segunda feira... tenho sono!!! Esqueci-me do livro e vim todos os longos 20 minutos da viagem de comboio perdida numa modorra de sono, embalado pelo balanço do comboio e pela recordação da caminha quente e dos lençóis macios. Está a chover, está frio, tenho sono, tenho sono, tenho sono e apetecia-me fugir daqui e regressar ao meu recanto, esquecendo obrigações e deveres, e afundando-me num mundo de sonhos e descanso...


2004/10/16


Madrugada...

6.00 horas da manhã... encontro a rua na minha saída. Manhã gelada, ainda escura, sem sinais do despontar do sol. Ruas quase sem gente, apenas se encontram os madrugadores obrigatórios. Dois ou três carros circulam, alguns autocarros passam, levando os trabalhadores para as fábricas. Na paragem, algumas pessoas aguardam o primeiro autocarro. Entre eles, um garoto cheio de energia corre e fala alto, deixando todos meio loucos. Uma lâmpada pisca intermitente na rua, nos seus raios laranja de mercúrio. Nota-se o asfalto molhado e as pedras da calçada estão escorregadias. Choveu esta noite no meu subúrbio.
Ainda dorme tudo. Aqui e ali vêm-se iluminar algumas, raras, janelas. Iniciam-se nas casas a preparação para mais um dia de trabalho, de rotina... Na porta do supermercado que abrirá ás 9.00, aguardam já aquelas que o irão limpar. Vêem-se as carrinhas de distribuição de jornais, que nos trarão as novidades e as desgraças do dia. A meio da avenida um homem de muletas aguarda a sua boleia. Ao passar pela padaria sente-se o cheiro do pão fresco e ainda quente que emana ainda dos sacos de papel pendurados na porta. Mais trabalhadores aguardam as suas camionetas, encostados ás portas das lojas e ás montras ainda iluminadas, conversando ensonados. É assim no meu subúrbio.
No jardim, ainda funcionam os aspersores que mantêm a relva minimamente verde. Ao longe, vêm-se os comboios passar, já com alguns passageiros, qual rápidas serpentes luminosas no seu percurso ainda nocturno. Uma senhora passeia o cão, deixando-o meio solto, enquanto vai lendo o anúncio das obras no café da esquina. Passa uma patrulha da polícia, luzes também apagadas, sinais de cansaço nos rostos dos ocupantes. Cruzo-me com um homem que me recorda um qualquer “boneco” daqueles programas de humor que se vêm na televisão, grandes óculos escuros, bigode farfalhudo, cabelo comprido, com patilhas e penteadinho com brilhantina, andar gingão. Um sorriso interior e segue-se caminho, que o tempo não pára. É assim no meu subúrbio.
Tudo está ainda sereno, num momento de paz antes do grande despertar colectivo e de migração de almas rumo ao tudo / nada quotidiano. Na estação repete-se o vai-vem quase eterno, levando e trazendo os seus passageiros, ainda meio vazios, qual comboios fantasma, ocupados por zombies. Na gare, organizam-se filas para aceder ás portas do comboio, manifestações espontâneas de respeito colectivo. Aguarda-se... e quando chega, rapidamente se entra, procurando o desejado lugar sentado que, nalguns casos, irá permitir prolongar a sonolência e a recordação do sono ainda tão próximo, noutros, irá permitir continuar a leitura do jornal e do livro do momento, outros dedicam-se a um jogo de cartas, uma batota animada e divertida, outros dedicam-se à conversa, coscuvilhices, brejeirices, que circulam em redor da família, dos vizinhos, do programa de televisão na berra, da telenovela, do trabalho. Formas de escape e de sobrevivência, de manutenção da sanidade mental, de pequenas felicidades e vivências. Ouve-se ao fundo a sirene de uma ambulância e, pela janela, observam-se os raios azuis dos intermitentes de emergência. Acidente certo na estrada, mais um. Ouve-se o sinal de partida, fecham-se as portas, movimenta-se o comboio, um sorriso, um suspiro e um último olhar pela janela para a cidade quase parada, antes de se voltar à modorra e ao quase sonho, que permite alhear um pouco da rotina cristalizadora. É assim no meu subúrbio...

2004/10/14



2004/10/13


Perdi-me...

Perdi-me na imensidão de pensamentos que me assolam,
na vertigem do que poderia ser,
entre sonhos e pesadelos que me assistem
impenetráveis, obscuros, pessoais...
Um tudo e um nada subjectivo
Uma gaguez mental assustadora e dura
realista, pura, vertiginosa
Concretizado, concretizáveis, impossíveis
verdadeiros, falsos, "tou-me nas tintas"
lembrança, esquecimento
antes e depois,
igual e nunca diferente
ser e haver,
viver e sobreviver, estar...
paz real e imaginária, desespero
total, absoluto, vão, ilusório...

Perdi-me na imensidão de pensamentos que me assolam
e a confiança que tinha em ser, esvaiu-se
grão de areia, gota de água, pingo de cera
chama de fósforo, volta de roda dentada
tempo determinado e imparável
imutável,
sem esperança, sem resposta
expectativa, silêncio...
dor, mágoa, saudade...
paixão e sentimento


2004/10/12

Noite...

É à noite que dói mais... que pesa mais e se sente invadir-nos uma sensação de solitudine incomensuravel... é à noite... quando imersos nos pensamentos, antes de chegar o sono, percebemos que somos só um, que tememos ser sempre só um... para além da eternidade... é à noite... que ficamos a olhar o escuro, o vazio, procurando distinguir formas ou algo mais... é à noite... que nos dedicamos a reflectir sobre a vida que deixamos passar à nossa frente, sobre as decisões tomadas, os caminhos percorridos... é à noite... que percebemos as voltas e reviravoltas que o Destino nos fez e faz dar, afastando-nos dos nossos objectivos e sonhos... é à noite... que um só corpo, uma só respiração, um só sonho, um só pensamento, aguarda... aguarda que um passe a ser dois e novamente um... dois corpos, duas respirações, dois sonhos, dois pensamentos, em uníssono e sincronia... e tudo isto é à noite...

2004/10/11

Soltas...

Hoje sentia necessidade de escrever, escrever, escrever, soltar letras e encher linhas, de ocupar estes espaços em branco com algo, palavras, pensamentos, ideias, poemas, conceitos, imagens, porém faltou-me o tema, a inspiração, sobrou a vontade e a necessidade... Queria partilhar mais um pouco, despejar o que pudesse haver guardado e não consegui... Corri todos os sites, todos os blogs, todos os foruns, todos os chats, que costumo visitar, li, li, li... mas só... faltou a coragem de meter conversa, de puxar tema, de lançar ideias, sobressaiu um medo quase louco de ser rejeitada, de não ser entendida, de ser ou parecer obsessiva, obcecada, insistente, incómoda... e assim, quase nada consegui acrescentar, partilhar, oferecer, ficou esta sensação de algo incompleto, imperfeito, por fazer, por concluir, de falhanço próprio, por omissão... restaram-me estas palavras soltas, quase desconexas, quase sem sentido, quase nadas e quase tudos... simplesmente deixaram de ser minhas para passarem a ser de quem as ler... poucas, esparsas, soltas...


2004/10/10



2004/10/07

Reflexões...

Ainda na segunda ou na terça no meio de uma conversa meio louca e quase sem sentido num chat por onde passo, a propósito do meu post Saudade (ou talvez não), me diziam que nunca seriam capazes de se revelarem assim, num espaço público desta natureza, onde não há controlo em relação a quem lê e a quem cá passa.
A minha resposta foi simples... se calhar demasiado simples. Não divulgo muito isto, mesmo entre aqueles que conheço, apenas o revelo a quem quero e a quem gosto, os outros, que passam, lêem e não deixam marca, que desconhecem a minha existência, nem sabem quem eu possa ser, passo adiante, não me choca, não me incomoda...
Não tenho medo de ser assim, de revelar nestas teclas um pouco do que sou, de as usar como refúgio, como catártico, por vezes, um meio de manter um mínimo de sanidade mental no meio das minhas perturbações quotidianas. Não me importo que tirem conclusões, façam julgamentos, estou em paz comigo e isso sim é essencial.
Perguntem-me, é ficção o que escreves? Responderei, até pode ser, mas no final a única personagem sou eu mesma...
Perguntem-me é real esse sentimento? Responderei, não sei inventá-lo... e tenho pena de quem o faça, porque nunca será verdadeiro consigo mesmo, nem terá uma real paz interior.
Ainsi soit'il...

Nota: o post de dia 04/10/2004 só foi publicado hoje, havia-o deixado em draft, a maturar, achei hoje que não valia a pena guardá-lo, ecce homo, eis-me assim mesmo...

2004/10/06

"Um Pensativo Café..."

Saiu do autocarro com a sensação de que era segunda-feira. "Bolas para os feriados a meio da semana, mexem-me com o sistema todo", pensou com os seus botões. Esperou que o sinal mudasse e atravessou em direcção à pastelaria. Precisava de acordar e um café bem tirado era remédio santo. Mal entrou já lhe estavam a pôr a chávena á frente. "É engraçado como as coisas são, as familiaridades que se geram por hábito...". Pagou e dispôs-se a beber com toda a calma o seu café, quente e amargo, qual néctar dos deuses. Para variar, decidiu juntar um pouco de açúcar. Ficou suspensa a olhar o pequeno pacote de açucar, coberta com uma publicidade a uma marca de cafés. "Amar é a melhor coisa do mundo", dizia e estas palavras ficaram-lhe a ecoar o resto do dia no pensamento. Esta era uma premissa interessante... será que poderia ser verdadeira? Será que algum dia ia descobrir? Confirmar ou desmentir? Suspirou e dirigiu-se para o trabalho, ainda com o gosto semi-amargo do café na boca.

2004/10/05



2004/10/04

Sentimento de Véspera...

Desligou o despertador antes deste tocar. Uma noite sem sono pode tornar-se dramática, tolhe os pensamentos, limita as reacções, maldita insónia... Sentia-se cansada, como se tivesse corrido a maratona ou tivesse sido atropelada. Completamente moída, descoordenada... irritada... começava bem mais um dia de trabalho. Do pensamento não saía a última partida do Destino, mais uma a somar à desgraça dos últimos anos. Sentia-se enganada, em especial depois de ter reunido todos os resquícios de coragem que tinha e deitado cá para fora aquilo que a consumia fazia tanto tempo... Recordou a conversa que tinha tido, o arroubo de esperança que tinha sentido, a vergonha e o medo que havia ultrapassado ao dizer-lhe "Gosto de ti!". Por uma vez na vida tinha tomado uma iniciativa, banido as inseguranças e agora o destino brincava impunemente com ela...
Por momentos tinha sentido que havia uma possiblidade de ser correspondida, uma ínfima centelha de esperança tinha-a inundado, iluminara-se o olhar e o coração, transfigurara-se... até as colegas de trabalho haviam notado uma diferença, algo indefinido que ela não se dera sequer ao trabalho de confirmar ou desmentir. Tinha sido quase mágico... pelo menos para o seu coração eternamente romântico e que escondia tanto para dar... ia finalmente acontecer, aquele encontro tão ansiado, uma confirmação ou não deste sentimento magnífico que vinham cimentando há tanto tempo, só assim poderia saber se era uma amizade extraordinária ou amor, puro e doce...
Envolta nestes pensamentos sentia a agua do duche correr-lhe pela pele. Arrepiou-se e sorriu. Depois de tanta expectativa, mais uma vez não tinha sido possível. Definitivamente o Destino brincava com ela, ria-se da sua esperança, dos seus sentimentos... Abriu o roupeiro e escolheu o que vestir. Formal, informal, tanto fazia, mas pure black, como as sombras que insistiam em correr-lhe na alma. Preparou-se para enfrentar o novo dia, agarrando-se à esperança que tinha em voltar a conversar com ele e conseguir marcar um novo encontro, desta vez um definitivo, que tirasse todas a dúvidas...
Ergueu a cabeça e sorriu... mais um dia, menos um dia, não fará diferença nesta solidão... ainda há esperança...


2004/10/01

Saudade...

Que farei com esta saudade?
Que me faz sorrir e sonhar,
Que me entristece e magoa,
mas que é tão minha...
Tenho saudades tuas,
não me canso de dizer ao vento...
Saudades do teu ser,
das tuas palavras,
das tuas letras,
do teu carinho,
da tua amizade,
Saudades de ti...
que entraste devagar na minha vida
e te tornaste indispensavel
Saudades de ti...
a quem não tenho coragem de dizer
o que vai no coração e na alma
mas que espero um dia te reveles
Tenho saudades de ti...
é por agora o que te posso dizer
pensando que adivinhas no que te digo
o sentimento que te tenho
Diz-me... que farei desta saudade?
desta vontade de te encontrar
de te ver e ouvir todos os dias
de beber as tuas palavras
de acreditar que também faço parte da tua existência...
Quero acreditar,
tenho de acreditar...
Porque o sentimento não pode ser somente uma ilusão...
Mas por enquanto...
Tenho saudades de ti!