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2005/12/31



Have A
Wonderful
New Year
Filled
With
Blessings!

# Algures no assim por Ana @ 22:14

2005/12/29


# Algures no assim por Ana @ 23:58

2005/12/28

Não invoquem o amor em vão / Carlos Tê - Rui Veloso

Amar é o verbo revelado
Pela boca da divindade
Só deve ser invocado
Em caso de necessidade
Esse verbo não se explica
Á luz crua da razão
Ele é a jóia mais rica
Da arca da criação
Podem-no pôr no altar
frívolo duma canção
Praticá-lo até gastar
Mas não o invoquem em vão

Não invoquem o amor em vão
Não invoquem o amor em vão

Podem-no usar com rendas
Ou enfeites de algodão
Para tapar bem as fendas
Por onde sopra a solidão
Podem dá-lo ao desbarato
Podem-no até vender
Metê-lo no guarda-fato
E dá-lo à traça a comer
Podem-no usar no chão
Como capacho dos pés
Mas não o invoquem em vão
Não o sujem com clichés

Não invoquem o amor em vão
É pecado como deitar fora o pão
Não invoquem o amor em vão
É pecado como deitar fora o pão

# Algures no assim por Ana @ 09:51

2005/12/26

Reflexões...
Há pequenas coisas que gostava de ter recebido neste Natal, mas que voltaram a ficar na lista de espera. Pequenas coisas como um leitor de mp3 ou um Moleskine quadriculado onde depositar algumas das coisas que aqui vou escrevendo, pequenas coisas que vão ter de aguardar mais algum tempo, porque uns óculos novos eram, sem dúvida mais prioritários... em contrapartida, ofereceram-me uma coisa que aprecio e que já não vou ter de comprar... um Poemário... cada dia um poema, uma pequena descoberta...
E assim, lá se passou mais um Natal... e o Novo Ano já está aí à porta, tomara que melhor...
Ainsi soit'il...

# Algures no assim por Ana @ 13:18

2005/12/25

Natal, e não Dezembro / David Mourão-Ferreira

Entremos, apressados, friorentos,
numa gruta, no bojo de um navio,
num presépio, num prédio, num presídio
no prédio que amanhã for demolido...
Entremos, inseguros, mas entremos.
Entremos e depressa, em qualquer sítio,
porque esta noite chama-se Dezembro,
porque sofremos, porque temos frio.

Entremos, dois a dois: somos duzentos,
duzentos mil, doze milhões de nada.
Procuremos o rastro de uma casa,
a cave, a gruta, o sulco de uma nave...
Entremos, despojados, mas entremos.
De mãos dadas talvez o fogo nasça,
talvez seja Natal e não Dezembro,
talvez universal a consoada.

# Algures no assim por Ana @ 14:56

2005/12/24


Made by Ana do Piropo para todos os seus gentis visitantes...
Tudo de bom para todos vós e o meu obrigada...

# Algures no assim por Ana @ 21:00

2005/12/21


Um Pálido Inverno / Sophia de Mello Breyner Andresen

Um pálido Inverno escorria nos quartos
Brancos de silêncio como a névoa
Um frio azul brilhava no vidro das janelas
As coisas povoavam os meus dias
Secretas graves nomeadas

----------------------------------

Porque hoje começa o Inverno, porque hoje é o dia mais curto do ano, porque hoje a minha Mãe faz anos...

# Algures no assim por Ana @ 09:17

2005/12/19

Reflexões...

No próximo fim de semana já é Natal, mas a verdade é que este ano só quando olhei o calendário com atenção é que me apercebi da época e da proximidade da data... mesmo vendo as iluminações de rua, algumas montras enfeitadas com os motivos da época, só quando comecei a ver a competição de luminárias nas varandas e janelas aqui do bairro é que me apercebi da "febre"... por momentos até me dei ao trabalho de pensar que seria algum concurso do tipo "A janela mais iluminada da época"... para além disto só um outro indício me alerta para esta época... a oferta de mais lugares vagos no comboio e a rapidez com que os autocarros chegam ao seu destino, reflectem as férias escolares que, pessoalmente, agradeço encarecidamente por estes dias... fora isso, enquanto espero transporte, permanece o frio intenso na paragem do autocarro, a observação das corridas nas passadeiras, driblando os carros que passam, e o bailado quase sincronizados dos autocarros, manchas de cor amarela procurando prioridades para chegar ao seu destino... e continuam assim as manhãs...

# Algures no assim por Ana @ 21:20

2005/12/18

Ne me quitte pas / Jacques Brel

Ne me quitte pas
Il faut oublier
Tout peut s'oublier
Qui s'enfuit déjà
Oublier le temps
Des malentendus
Et le temps perdu
A savoir comment
Oublier ces heures
Qui tuaient parfois
A coups de pourquoi
Le cœur du bonheur
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas

Moi je t'offrirai
Des perles de pluie
Venues de pays
Où il ne pleut pas
Je creuserai la terre
Jusqu'après ma mort
Pour couvrir ton corps
D'or et de lumière
Je ferai un domaine
Où l'amour sera roi
Où l'amour sera loi
Où tu seras reine
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas

Ne me quitte pas
Je t'inventerai
Des mots insensés
Que tu comprendras
Je te parlerai
De ces amants-là
Qui ont vu deux fois
Leurs cœurs s'embraser
Je te raconterai
L'histoire de ce roi
Mort de n'avoir pas
Pu te rencontrer
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas

On a vu souvent
Rejaillir le feu
D'un ancien volcan
Qu'on croyait trop vieux
Il est paraît-il
Des terres brûlées
Donnant plus de blé
Qu'un meilleur avril
Et quand vient le soir
Pour qu'un ciel flamboie
Le rouge et le noir
Ne s'épousent-ils pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas

Ne me quitte pas
Je ne vais plus pleurer
Je ne vais plus parler
Je me cacherai là
A te regarder
Danser et sourire
Et à t'écouter
Chanter et puis rire
Laisse-moi devenir
L'ombre de ton ombre
L'ombre de ta main
L'ombre de ton chien
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas.

Há já uns bons pares de anos que não ouvia esta música, nem sei bem o que me fez recordá-la... mas continuo a gostar da sonoridade, da poesia, da voz, do movimento, do significado, do sentimento...

# Algures no assim por Ana @ 21:01

2005/12/17


Em breve hão-de voltar estas cores do Verão, mas por agora há que apreciar as fotos que restam ou então as cores do Inverno e da época de Natal...

# Algures no assim por Ana @ 22:23

2005/12/16

Nota: Está verdadeiramente frio! 08h15m: 5º graus em Lisboa... até os neurónios gelaram de susto!

# Algures no assim por Ana @ 09:28

2005/12/15

Resumo...

Está muito frio. Estou cansada do dia de trabalho que tive hoje. Ainda tenho uma ligeira dor de dentes, depois da consulta de revisão de ontem. Continuo ligeiramente constipada. Amanhã é outro dia e sem dúvida a disposição será outra...

# Algures no assim por Ana @ 21:46

2005/12/14


Mais uma noite...

E é nestas noites límpidas e gélidas de Inverno que a Lua parece ainda mais redonda e brilhante, que os pensamentos se soltam e vogam por aí à solta até se entrelaçarem noutros, em intermináveis e etéreos bailados cósmicos... é nestas noites que os sonhos são ainda mais claros e que algumas realidades parecem mais distante... é nestas noites que tudo parece possível e que os corpos se reconciliam em sonos profundos, para além do espaço e do tempo...

# Algures no assim por Ana @ 21:35

2005/12/13

Reflexões...

Como dizia a Isabel do Estafardanas no outro dia, uma das melhores imagens para descrever este blog, e eu mesma, é sem, dúvida um termómetro... tal como a temperatura sobe e desce ao sabor do frio, também a minha inspiração e capacidade de postar voga ao sabor do meu estado de espírito... a relação entre o que sou e sinto e aquilo que aqui deixo, texto, imagem, poesia ou letra de canção, é de facto, muito íntima, daí a noção de que este espaço tomou a forma de um quase-diário... assim, aos momentos de "silêncio" contrapõem-se momentos de divagação e escrita um pouco mais intensa, que no momento presente se revestem essencialmente da forma de pequenos apontamentos escritos, ficcionais ou não... mas que fazem parte de mim...

# Algures no assim por Ana @ 10:36

2005/12/12

No momento...

Há momentos que se "imprimem" de uma forma intensa na nossa retina... demasiado perfeitos, são quase impossíveis de capturar através da lente de uma qualquer máquina fotográfica... hoje de tarde lá voltou a acontecer um desses momentos breves... daqueles que, na impossibilidade de os guardar para sempre sob a forma de película ou ficheiro, nos limitamos a tentar descrever com algumas letras esparsas no papel, fornecendo pistas para a recordação futura da memória visual... gosto disto, da capacidade de desafiar a memória e os sentidos com uma descrição de um singelo final de tarde, no meio da cidade, autocarros amarelos a descarregar seres enregelados, que passam apressados, sem notar a luz dourada e quente do sol de Inverno, que atravessa o ar em faixas luminosas e etéreas como cambraia, que é quase possível tocar com a ponta dos dedos, luz que choca com as escassas folhas amarelas-castanhas que ainda pendem nas árvores, cobrindo-as com um brilho intenso de gema semi-preciosa, semi-transparente... gosto destes momentos assim... momento breves e fugazes, que só a memória e um pequeno texto guardam... momentos de ouro...

# Algures no assim por Ana @ 22:10

2005/12/10


"Quem sonha de dia tem consciência de muitas coisas que escapam a quem sonha só de noite"
Edgar Allan Poe

# Algures no assim por Ana @ 13:02

2005/12/09

Ao que isto chegou...

Como hoje decidi fazer "gazeta" ao trabalho, graças a largas horas acumuladas a trabalhar, lá me enchi de coragem para tentar resolver durante a manhã dois pequenos assuntos... à partida, uma passagem pela Segurança Social para fazer um pagamento e uma visita ao Banco para fazer um depósito não seria nada de mais... inocência, eu sei... na verdade, perdi uma manhã inteira para fazer duas coisinhas tão simples... não há neurónio que aguente!!! Até já perdi a vontade de arrumar o pc... acho que me vou dedicar à leitura para acalmar o stress...

# Algures no assim por Ana @ 13:03

2005/12/08

Feriado...

Hoje foi dia feriado, mas de feriado teve muito pouco, já que lá tive de fazer o "sacrifício" de me dedicar às tarefas domésticas, que por vezes têm mesmo de ser feitas... depois de limpo o pó e aspirada a casa, roupa lavada, estendida e dobrada, posso finalmente descansar um bocadinho... ainda bem que estes trabalhos não exigem que se pense muito, porque a caixinha dos neurónios anda meio baralhadita... Abóbora sofre!!!
Em contrapartida, amanhã não vou trabalhar, vou fazer ponte, mas já tenho uns assuntos para resolver... vamos lá ver como vai correr o dia...

# Algures no assim por Ana @ 23:58

2005/12/07

Reflorir, sempre / Jorge de Sena

Não é já de Natal esta poesia.
E, se a teus pés deponho algo que encerra
e não algo que cria,
é porque em ti confio: como a terra,
por sobre ti os anos passarão,
a mesma serás sempre, e o coração,
como esse interior da terra nunca visto,
a primavera eterna de que existo,
o reflorir de sempre, o dia a dia,
o novo tempo e os outros que hão-de vir.

# Algures no assim por Ana @ 09:27

2005/12/06


Atrás do vidro...

Aproximou-se da janela, silenciosa, e ficou a ver o brilho desfocado do mundo lá fora, através dos vidros embaciados... um arrepio breve percorreu-lhe a pele nua e recordou-a que ainda era cedo e fazia frio... mas deixou-se ficar ali, a observar a luminosidade do nascer do sol na cidade, por detrás da condensação... uma contemplação muda de um quadro indefinido, somente cor, somente luz, somente mancha... um ligeiro ruído no quarto fê-la deitar um olhar doce por cima do ombro... dormia ainda, imerso em sonhos... como uma criança travessa, passeou a ponta dos dedos sobre as minúsculas gotas de água que se aglomeravam nos vidros da janela e desenhou um círculo irregular, mais ou menos do tamanho do disco solar que se erguia e reflectia no horizonte e através dele espreitou a rua, sossegada ainda... um novo arrepio foi acompanhado por um sorriso e a decisão de regressar ao aconchego da cama... devagarinho, deitou-se ao lado dele e abraçou-o para lhe sentir o calor da pele, pousou o rosto no peito dele e fechou os olhos, deixando-se adormecer ao som do bater do coração...

# Algures no assim por Ana @ 13:50

2005/12/05


Perspectivas e visões...

Um arco íris por entre os prédios, um pôr do sol ligeiramente rosado, uma lua crescente entre as catenárias... são incontáveis os pequenos pormenores que nos rodeiam e que nem sempre temos tempo ou lembramos de observar...

# Algures no assim por Ana @ 20:27

2005/12/01

O Piropo...

E entretanto já se passaram dois anos desde que iniciei este projecto, que evoluiu de um simples repositório de piropos alheios, para um formato de quase diário, pequeno baú virtual onde guardo aquilo que gosto, aquilo que vou escrevinhando, aquilo que vou ouvindo, aquilo que vou fotografando e que acabo por partilhar com quem me visita... na verdade, quando iniciei este blog, estava muito longe de imaginar como ele se iria tornar importante para mim... estava também muito longe de imaginar que alguém pudesse achar interessante estes meus pensamentos e desabafos largados sem destino... quero acreditar que vou ter energia para continuar a dedicar-me a estas páginas e que no próximo ano cá estarei de novo a desejar parabéns ao meu Piropo e a agradecer a paciência e a simpatia de todos quanto me visitam... :)

# Algures no assim por Ana @ 18:19