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2006/05/31

Hoje dói-me muito a cabeça e apenas desejo silêncio, obscuridade, um abraço carinhoso e muitos mimos...

2006/05/29


Quatro Letras...

Além do tempo ditado pela realidade, há tanto mais... há tudo aquilo que o coração não pode negar...
Murmúrios perdidos em campos floridos de sentimentos que o olhar desperta, além dos sonhos...
Ondas alterosas de sensações onde mergulham os corpos trémulos de desejos inconfessados, mas reais...
Reafirmam-se assim as certezas concretas e imutáveis, com um sorriso que diz simplesmente... Amo-te!

2006/05/26


Diz-me...

Diz-me um nome esta noite...
para que o não esqueça antes de acordar e regressar ao mundo da realidade triste...
Diz-me só um nome...
para nunca mais perder nas brumas da memória esvaziada...
Diz-me um nome esta noite...
para que as aves nocturnas deixem de me afrontar as vidraças do olhar...
Diz-me um nome esta noite...
para que consiga voltar a sonhar com a esperança que um dia tive...

2006/05/23

... por vezes o terror de magoar alguém com as nossas palavras ou de não corresponder a expectativas é tal, que a incapacidade de responder resulta unicamente em silêncio ...

Loneliness / Rainer Maria Rilke

Being apart and lonely is like rain.
It climbs toward evening from the ocean plains;
from flat places, rolling and remote, it climbs
to heaven, which is its old abode.
And only when leaving heaven drops upon the city.

It rains down on us in those twittering
hours when the streets turn their faces to the dawn,
and when two bodies who have found nothing,
dissapointed and depressed, roll over;
and when two people who despise eachother
have to sleep together in one bed

that is when loneliness receives the rivers...

2006/05/19

...

Há bocado, quando tive finalmente um pouco de "espaço" para respirar e tentar comer qualquer coisa, que o apetite é coisa que não abunda por estes dias, achei que este blog precisava de um toque de cor, um pouco de brilho que reflectisse o espírito que prevalece... ainda fiz a pesquisa, tons de rosa, tons de fogo, tons de verde, manchas de cor aqui e ali... depois saí até à rua, para apanhar algum vento no rosto e refrescar ideias... e de repente, só me apeteceu mandar tudo às urtigas e desarvorar por aí como um fantasma sem destino... como se tal fosse possível...

Tenho a declarar que...

Hoje me dói a cabeça... tal como ontem... tal como anteontem... Tenho a declarar que estou mergulhada em trabalho até à medula, num daqueles momentos em que tudo acontece ao mesmo tempo em vagas tempestuosas e urgentes...
E tenho a declarar que por tais motivos, isto é, necessidade absoluta de me conseguir focar naquilo que me é solicitado e onde não me posso dar ao luxo de falhas, não tenho conseguido sentar-me em paz e fazer deslizar os dedos por entre as teclas, derramando aqui tudo aquilo que, em circunstâncias normais, povoaria os meus pensamentos e constituiria o meu imaginário...
Tenho, finalmente, a declarar que acredito que em breve tudo isto estará ultrapassado e eu conseguirei retomar fielmente a minha actividade de mulher de sete ofícios e mais um que quase sempre me tem caracterizado... Porque, pelo menos o ânimo começa a sentir-se fortalecido e recuperado e tudo o mais virá por acréscimo...
Ainsi soit'il...

2006/05/16

Retrato do dia...

1) Dia abafado, de trovoada...
2) Guerra no galinheiro (leia-se escritório) logo pela manhã...
3) Trabalho urgente para terminar, com estatísticas e mais estatísticas e mais estatísticas...
4) Atrasos sucessivos no Projecto...
5) Uma malha na meia, mesmo no fim do dia...

Em resumo, um dia de loucas, em que mal tive tempo para dizer um "Ai!" e muito menos para oferecer a quem queria tudo aquilo que desejava dizer acompanhado de um sorriso de boas-vindas...

2006/05/15

Current Mood # 3 1/5...

Em dias assim, só me apetece deixar escorrer o silêncio por entre os dedos...

2006/05/12

E foi então que...

Peguei num lápis e esbocei um sorriso numa folha de céu...
Com a ponta dos dedos agarrei o arco-iris do teu olhar...
Colori assim os sonhos que depois rasguei em mil pétalas...
Que cobriram o teu corpo antes de nele mergulhar...

2006/05/11


Porque / Sofia de Melo Breyner

Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão
Porque os outros têm medo mas tu não

Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.

Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.

Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.

2006/05/10

Reflexões (desconexas)...

Mais uma noite em que dormi pouco e mal, mais um dia de cansaço... não consigo perceber esta inquietude e muito menos a revolta que vai fervendo cá dentro... não consigo "arrumar-me" de forma a conseguir estar bem com os outros que me rodeiam, mas sobretudo, comigo mesma... torna-se quase impossível entender-me... preciso de sentir que gostam de mim, mas no entanto, acabo por afastar quem se aproxima... em definitivo faz-me bem andar, ajuda-me a pensar mais claramente naquilo que me afecta... foi uma boa forma de aproveitar a hora de almoço...

2006/05/09

Sei-te de Cor /Paulo Gonzo

Sei de cor
cada traço
do teu rosto,
do teu olhar.
Cada sombra
da tua voz.
E cada silêncio,
cada gesto que tu faças...
Meu amor, sei-te de cor.

Sei
Cada capricho teu
E o que não dizes
Ou preferes calar.
Deixa-me adivinhar,
não digas que o louco sou eu
se for tanto melhor
Amor, sei-te de cor.

Sei
Por que becos te escondes.
Sei ao pormenor
o teu melhor e o pior.
Sei de ti mais do que queria.
Numa palavra diria,
Sei-te de cor.

Sei
Cada capricho teu
E o que não dizes
Ou preferes calar.
Deixa-me adivinhar
não digas que o louco sou eu
se for tanto melhor
Amor sei-te de cor

2006/05/08

Ponto de Situação...

Terminou mais um fim de semana e terminei finalmente uma tarefa que iniciei na "ponte" passada... consegui arrumar o meu roupeiro e concluir a mudança oficial de estação, com tudo aquilo que implica, ou seja, seleccionar roupa e verificar aquilo que ainda serve... Menos mal este ano, que quase tudo me serve... provavelmente devido à falta de apetite, que desde Agosto do ano passado fez com que perdesse 10 kilos dos muitos que ainda tenho a mais...
Agora é tempo de retomar o ritmo de trabalho, que esta é uma nova semana... já sem direito a "folgas" e por isso mesmo, muitoooooo mais longa...

2006/05/05


Enumerações...

Um pardal repousa no galho flexível do salgueiro...
Um avião risca o céu azul de giz...
Uma glicínia florida cobriu o muro da casa abandonada...
Uma andorinha negro azeviche cai do céu em vôo picado...
A Lua surge alta e translúcida no horizonte de mais uma manhã...

2006/05/04

O Livro do Desassossego (exc.) / Bernardo Soares

"O coração, se pudesse pensar, pararia.
Considero a vida uma estalagem onde tenho que me demorar até que chegue a diligência do abismo. Não sei onde me levará, porque não sei nada. (...)
Para todos nós descerá a noite e chegará a diligência. Gozo a brisa que me dão e a alma que me deram para gozá-la, e não interrogo mais nem procuro. Se o que deixar escrito no livro dos viajantes puder, relido um dia por outros, entretê-los também na passagem, será bem. Se não o lerem, nem se entretiverem, será bem também."

2006/05/02

Creio nos anjos que andam pelo mundo / Natália Correia

creio nos anjos que andam pelo mundo,
creio na deusa com olhos de diamantes,
creio em amores lunares com piano ao fundo,
creio nas lendas, nas fadas, nos atlantes;

creio num engenho que falta mais fecundo
de harmonizar as partes dissonantes,
creio que tudo é eterno num segundo,
creio num céu futuro que houve dantes,

creio nos deuses de um astral mais puro,
na flor humilde que se encosta ao muro,
creio na carne que enfeitiça o além,

creio no incrível, nas coisas assombrosas,
na ocupação do mundo pelas rosas,
creio que o amor tem asas de ouro. amém.