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2006/09/30

Porque...

... há dias em que sinto que o mundo não chega, que o tempo se esgota rapidamente e que tudo aquilo com que algum dia sonhei jamais será realidade... porque Eu não sou suficiente para quem olha...

2006/09/29

A rosa esquerda / António Ramos Rosa

A noite chega com todos os seus rebanhos.
Uma cidade amadurece nas vertentes do crepúsculo.
Há um íman que nos atrai para o interior da montanha.
Os navios deslizam nos estuários do vento.
Alguma coisa ascende de uma região negra.
Alguém escreve sobre os espelhos da sombra.
A passageira da noite vacila como um ser silencioso.
O último pássaro calou-se. As estrelas acenderam-se.
As ondas adormeceram com as cores e as imagens.
As portas subterrâneas têm perfumes silvestres.
Que sedosa e fluida é a água desta noite!
Dir-se-ia que as pedras entendem os meus passos.
Alguém me habita como uma árvore ou um planeta.
Estou perto e estou longe no coração do mundo.

2006/09/28

Anotações à margem:

- Ontem foi dia de exames médicos básicos no trabalho. Resultado das análises: uma nódoa negra no sítio de entrada da agulha. Não é novidade, é costume. Fora isso, tudo dentro dos limites.
- Aqueles dias mágicos em que consigo capturar o pôr do sol da minha janela estão a chegar. Consegui percebê-lo ontem. Mais uns dias e verei o sol esconder-se entre os prédios. Com nuvens a emoldurá-lo, consegue ser ainda mais perfeito.
- Hoje, madrugada cinzenta decidida a borrifar-me antes de conseguir entrar no comboio. Parece que adivinhou a opção de não levar o chapéu de chuva, mas contrariei-o. Graças pelos jornais gratuitos distribuidos logo cedo!
- Uma passagem pelo banco. Uma fila extensa ainda antes de abrir. Credo! Tanta pressa, ainda o dia mal começou. Vai ficar para a hora de almoço.
- Do tempo que tento reservar para mim, ressalta uma vez mais a tomada de consciência de que nem tudo está bem e que é fundamental continuar a mudar. Mais segura? Provavelmente. Publique-se.
- Pormenor destes últimos minutos de escrita: no canto da secretária esta pousada a garrafa da água e apercebi-me pelo canto do olho de uma pequena gota a deslizar lá dentro, desde o gargalo até ao fundo. Não sei como foi possível, já que se encontrava ali desde ontem... mas foi bonito...
- Regresso ao trabalho. Decoração de um stand para idealizar e preparar em dois dias. Quer-se simples de montar, mas apelativo. Mais uma tarefa para o clube das "mentes brilhantes". Dói-me a cabeça.

2006/09/25

Answer / Sarah McLachlan

I will be the answer at the end of the line
I will be there for you while you take the time
In the burning of uncertainty I will be your solid ground
I will hold the balance if you cant look down

If it takes my whole life I wont break I wont bend
Itll all be worth it worth it in the end
Cause I can only tell you what I know
that I need you in my life
When the stars have all gone out
youll still be burning so bright

Cast me gently into morning
For the night has been unkind
Take me to a place so holy
That I can wash this from my mind
The memory of choosing not to fight

If it takes a whole life I wont break I wont bend
Itll all be worth it worth it in the end
Cause I can only tell you what I know
That I need you in my life
And when the stars have all burned out
Youll still be burning so bright
Cast me gently into morning for the night has been unkind

2006/09/23


Primeiro poema do Outono / Ruy Belo

Mais uma vez é preciso
reaprender o outono -
todos nós regressamos ao teu
inesgotável rosto
emergem do asfalto aquelas
inacreditáveis crianças
e tudo incorrigivelmente principia
Já na rua se não cruzam
olhos como armas
Recebe-nos de novo o coração

E sabe deus a minha humana mão

Simplesmente porque hoje regressou o Outono, de acordo com o calendário e o correr pacífico das estações...

2006/09/21

Do amor / Fiama Hasse Pais Brandão

Esta vista de mar, solitariamente,
dói-me. Apenas dois mares,
dois sóis, duas luas
me dariam riso e bálsamo.
A arte da natureza pede
o amor em dois olhares

Reflexões...

Estou de rastos. O dia cinzento de chuva e de vento parecia que adivinhava a tempestade que se aproximava... depois de uns dias de sorriso estampado no rosto, sinto-me agora devastada... como se o furacão tivesse passado directamente por dentro de mim... sinto-me confusa, mal-interpretada, não paro de me perguntar como é possível certas palavras quando me conhecem tão bem e há tanto tempo... dói-me a alma e só me apetecia largar tudo e voltar para casa, desaparecer... hoje não vou escrever mais nada, hoje não me apetece escrever mais nada... e não sei quando voltarei a escrever...

2006/09/20


As túlipas...

Hoje morreu a última túlipa. Uma após outra, foram dobrando os seus caules delicados em direcção ao chão, tal como eu ia dobrando as minhas costas perante o inevitável.
Ainda me recordo demasiado bem do dia em que as trouxe do mercado de rua, sedosas e firmes, com um brilho doce, numa última tentativa. Ficaste a olha para mim, bem dentro dos meus olhos como se quisesses ler neles toda a nossa vida. E depois partiste, como se nada fosse, encerrada em silêncio, sem olhar para trás, como se eu já não fosse mais que uma recordação distante e quase esquecida.
As túlipas ficaram abandonadas em cima da mesa, reflectindo a serenidade atroz do destino próximo. Quando a porta finalmente se fechou num arremedo dramático, em vez de correr como um louco atrás de ti, o meu único pensamento foi para elas, as túlipas sedentas de atenção, tal como eu. E lá ficaram na jarra alta de vidro, que um dia tinhas comprado porque sim, até hoje, derramando pétalas pelo aparador, até não restar mais do que hastes esverdeadas dentro de água, sombras patéticas daquilo que foram.
Fico agora com a certeza de que tudo mudou e de que sou novamente livre para procurar o meu rumo. porque hoje morreu a última túlipa, levando com ela tudo aquilo que representaste para mim e te recusaste a aceitar.

2006/09/18


No silêncio...

Sei que estás aí no silêncio, olhando-me...
à espera de um momento...
um só momento sem palavras...
apenas um olhar, um sorriso...
apenas um sentimento...
um pequeno tudo e nada...
Sei que esperas, tal como eu...
submersos no silêncio...
que nos toca com os dedos frios
da distância e do medo...

com a certeza ardente...
de que nada mais é possível...

2006/09/16


Speechless... submerged in thoughts...

2006/09/08

Another Book on the Shelf...



Uma hora foi quanto me bastou para ler este livrinho que toda a gente me aconselhava e dizia ser muito interessante... de entre algumas passagens que persistem em fazer algum eco, retenho, todavia, este excerto:
"O medo, essa força misteriosa que nos rouba a alegria e o sonho, devia vir no dicionário como antónimo de vontade. O medo é como um terreno minado; nunca o atravessamos mesmo que do outro lado estejam todos os nossos desejos."


O sonho...

O sonho terminou... fragmentou-se...
Mil pedaços de azul cravados na alma...

Impressões desvanecidas no papel...
Pegadas no areal... levadas pela maré...
Pequenos nadas espalhados num olhar...

Grãos de areia perdidos no coração de ampulheta...
E ela esperou... navio naufragado na margem...
Perdida nas brumas de um pensamento...
Nada mais que um casulo vazio...
Desvanecendo-se na escuridão da noite...
Sem regresso... Sem sonho...

2006/09/07

Citação a propos...

"A alma resiste muito mais facilmente às mais vivas dores do que à tristeza prolongada."
Jean Jacques Rousseau

2006/09/06


Black roses...

Quando encontrei esta imagem por aí, pensei que fosse uma pintura de rosas estilizadas, mas gostei dela essencialmente pelas nuances de cores que revelava... enganei-me... era tão simplesmente uma foto de lã tingida e enrolada à espera de ser fiada que me apeteceu alterar no computador...
A vida, ela mesma, pode ser assim, feita de nuances e algumas manchas, que não sendo feitas de cor, são-no de fragmentos de conhecimento... raramente obtemos uma visão clara de toda a imagem...

2006/09/05

Heaven Knows / Anouk

To this generation
We cannot forget
The ones that we have loved
The ones we left behind
Don't be afraid to reach out
This world is changing fast
For those that take a stand
Heaven knows

We grieve in our live
Don't let us pay the price
So much grieve in our life
It will fade over time

To this generation
It's hard to get along
And we cannot deny
The struggle through this life
It won't do no good to wait
We're running out of time
For those that take a stand
Heaven Knows
We grieve in our life
Don't let us pay the price
So much grieve in our life
It will fade over time

Guilty for we turn the other cheek
Guilty for not willing to achieve
Come on happiness what's keeping you so long
How can we forget

2006/09/04

On Screen...