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2011/06/30

Ponto de partida...

Se há dias estranhos... este foi um deles. Foi a despedida de um emprego e o inicio de outro sem sair do mesmo espaço. Os colegas são os mesmos, o local é o mesmo, em princípio nada muda, ou então muda tudo. Há mil e uma coisa que podem sofrer mudanças daqui em diante, já que teremos, mais do que nunca, de competir com outros, supostamente mais qualificados e mais experientes, ou que antes de mais nada, conseguiram ao longo dos anos "vender-se" para o exterior de forma convincente.
Hoje terminou uma entidade com mais de trinta anos de história, houve lugar a fotografias de grupo, despedidas de colegas que preferiram ficar por aqui, assinaturas de contratos e documentos para a transição para a nova entidade, até bolo e discursos, enquanto se tinha de manter tudo a funcionar como se fosse um dia igual aos outros... mas no final, fica algum vazio e sobretudo, a incerteza dos dias que estão para vir, em que não se sabe o que vai mudar, o que se vai fazer...
Amanhã, será outro dia de trabalho, no mesmo sítio, com as mesmas pessoas, com as mesmas actividades e funções (até ver), mas numa nova empresa, que já não é a sede, mas uma mera delegação... o futuro a Deus pertence e o que vem aí, tal como a crise, não dá certezas de nada...

2011/06/15

Balanço...
Se 2010 foi um ano complicado, com muitas mudanças e adaptações, que quase me deixaram sem tempo para respirar, 2011 promete ainda mais. Ter de conviver diariamente com uma doença ingrata tem o seu custo e o facto de ter acelerado de repente, traz novas implicações. As demências são lixadas... com o tempo ficamos perante um corpo inerte, de alguém que nos é querido, mas que na prática já lá não está, ou está muito ocasionalmente, tão ocasionalmente que frequentemente ficamos na dúvida se será mesmo ou só mais uma ilusão. Se em situações normais os apoios são escassos, num país em crise, a coisa fica ainda pior, mas vai-se vivendo um dia de cada vez, na esperança de algo que não se sabe muito bem o que poderá ser...
Logicamente que se fosse só isto, talvez até desse para ir (di)gerindo os dias e o seu impacto no dia a dia. Mas este ano também trouxe alterações no trabalho e aquilo que se tinha como seguro, deixou de parecer assim. Nova entidade, novo contrato, quem sabe até novas funções, só o futuro o dirá, mas afigura-se muito mais trabalhoso e com tendência para um caminho de "salve-se quem puder e se for preciso lixar o vizinho, que seja".
Não, não estou nada optimista com a minha vida... presente e futuros hipotecados, é só assim que vejo as coisas nos anos mais próximos... o que não me deixa muito espaço para pensar em letras, para pensar em poesias e sonhos, para pensar em música e imagens, enfim, para pensar em coisas que me faziam feliz.