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2004/10/19

Dor...

Vieram as chuvas e com elas uma certeza...
A certeza crua e dura de que não era amada
Que o sentimento que tinha era real, mas não correspondido.
Pura ilusão de um coração triste,
quais sonhos impossíveis de criança que ficam por realizar.
A realidade bateu-lhe em cheio, quase um insight.
Sentiu-se defraudada, furiosa, clamou vingança e,
finalmente, refugiou-se no seu canto, e chorou...
chorou até ficar sem lágrimas e sem forças,
até não mais poder...
Abriu-lhe as portas outras vez
Sentiu-a vir devagar e acolheu-a
no coração onde sempre tinha estado
a tristeza...

Cada vez mais só e sem sentido,
sem objectivos, sem amor, sem nada
mera sobrevivência de um corpo...
resta-lhe a tristeza e a dor,

uma dor surda e palpitante na alma
que a faz deixar de acreditar...
que a revolta face à felicidade dos outros.
Sente-se perdida e vazia,
cravando-se no coração
uma certeza vaga
de que nunca irá partilhar uma vida...


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