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2009/09/29


A concha / Vitorino Nemésio

A minha casa é concha. Como os bichos
Segreguei-a de mim com paciência:
Fechada de marés, a sonhos e a lixos,
O horto e os muros só areia e ausência.

Minha casa sou eu e os meus caprichos.
O orgulho carregado de inocência
Se às vezes dá uma varanda, vence-a
O sal que os santos esboroou nos nichos.

E telhadosa de vidro, e escadarias
Frágeis, cobertas de hera, oh bronze falso!
Lareira aberta pelo vento, as salas frias.

A minha casa... Mas é outra a história:
Sou eu ao vento e à chuva, aqui descalço,
Sentado numa pedra de memória.

2009/09/28

Um desafio...




E foi este o meu resultado de um desafio que descobri aqui: Doador de Histórias e que ofereço a quem o quiser agarrar....

1 - Ir a uma página aleatória da
wikipédia (procurar na coluna da esquerda "random pages") e o primeiro nome que surgir será o nome da banda.
2 - Ir à página das citações aleatórias
aqui e as 3 ou 4 últimas palavras serão o nome do CD.
3 - Ir à secção "explore the last seven days" do flickr
aqui e a terceira imagem (não interessa qual seja) será a capa do CD.
4 - "Cozinhem" tudo no photoshop (ou semelhante).
5 - Postem no vosso blog, facebook, etc. (juntamente com as regras!)
6 - Desafiem mais alguém.

2009/09/27


Unforgettable Fire - U2

Ice, your only rivers run cold.
These city lights, they shine as silver and gold.
Dug from the night, your eyes as black as coal.

Walk on by, walk on through.
Walk till you run and don't look back
For here I am.

Carnival, the wheels fly and the colours spin through alcohol.
Red wine that punctures the skin.
Face to face in a dry and waterless place.

Walk on by, walk on through.
So sad to besiege your love oh hang on.

Stay this time, stay tonight in a lie.
I'm only asking, but I, I think you know.
Come on take me away, come on take me away
Come on take me home, home again.

And if the mountains should crumble
Or disappear into the sea
Not a tear, no not I.

Stay this time, stay tonight in a lie.
Ever after is a long time.
And if you save your love, save it all, save it all
Don't push me too far, don't push me too far.
Tonight, tonight.

2009/09/20

On screen...


2009/09/18


Chove. Há Silêncio / Fernando Pessoa

Chove. Há silêncio, porque a mesma chuva
Não faz ruído senão com sossego.
Chove. O céu dorme. Quando a alma é viúva
Do que não sabe, o sentimento é cego.
Chove. Meu ser (quem sou) renego...

Tão calma é a chuva que se solta no ar
(Nem parece de nuvens) que parece
Que não é chuva, mas um sussurrar
Que de si mesmo, ao sussurrar, se esquece.
Chove. Nada apetece...

Não paira vento, não há céu que eu sinta.
Chove longínqua e indistintamente,
Como uma coisa certa que nos minta,
Como um grande desejo que nos mente.
Chove. Nada em mim sente...

2009/09/16

Lema da semana...



2009/09/13

Amanhã...


... vou continuar a tentar encontrar os formadores que faltam para iniciar o curso a tempo. Com tanta falta de emprego, porque será que quando é preciso, não se encontram professores de português/inglês ou de filosofia que conheçam os novos referenciais de formação? Haja sorte...


Este é o tempo / Sophia de Mello Breyner Andresen

Este é o tempo
Da selva mais obscura

Até o ar azul se tornou grades
E a luz do sol se tornou impura

Esta é a noite
Densa de chacais
Pesada de amargura

Este é o tempo em que os homens renunciam.

2009/09/11

Mas que coisa...

Ando cansada... ainda mal terminaram as férias e duas semanas de trabalho arrasaram com apouca paz de alma que tinha conseguido semear. Em tempo de mudanças é preciso fazer das tripas coração para acompanhar o passo dos outros, sob pena de ficarmos cá atrás, atolados nos papéis, para não dizer outra coisa. Deixa de haver lugar ao "queres ajuda?" e reina fundamentalmente o "salve-se quem puder"...
É este o efeito de trabalhar com uma direcção que exige, porque sabe o que quer e do que fala, mas que também quer mudar a situação e "reduzir entropia". Até aí tudo bem, desde que o trabalho seja efectivamente de equipa, desde que não haja quem queira dar uma lição a quem sempre só se preocupou com o "parecer", deixando o trabalho para os outros... aí, é também possível que além do alvo, outros sejam prejudicados. Leva-me isto ao simples ponto de que a "amizade" no local de trabalho pode ser tão ou mais volátil do que éter, na medida em que pode mudar dependendo das circunstâncias.
É por tudo isto que a capacidade de criar, de pensar está limitada ao seu mínimo denominador comum, e que tudo o mais está somente orientado para apanhar o comboio sem ficar entalada... porque até podemos ser para os colegas "alguém com quem se pode contar", mas isso não significa que a recíproca seja real na maioria dos casos...
Explicado o primeiro ponto, deparo-me com a segunda situação... a perspectiva de não conseguir cumprir um objectivo ou as nossas funções, quando, da marcação de 10 entrevistas de selecção, metade nem sequer se digna a explicar porque não compareceu... pergunto-me o que as pessoas pretendem, considerando que, nos dias que correm e com as novas políticas de formação, já não é corrente ter grandes blocos de horas de formação... parece que nunca é suficiente o que temos e o que poderemos vir a oferecer... enfim, haja paciência...
E já chega por hoje que a tendinite está outra vez a dar sinal...