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2006/01/31

Rita Guerra / Chegar A Ti

Estás aqui, mas tão ausente
Junto a mim, mas tão distante!
O teu beijo já não é igual
Apagou-se o fogo no teu olhar
Estou nos teus braços mas afinal
Estamos tão distantes como o céu e o mar.

Refrão:
Eu não consigo chegar a ti,
Não posso chegar a ti,
Não sei como chegar a ti !

Há em ti uma tristeza
De quem já não tem certezas
O teu corpo está ao pé de mim
O teu coração noutro lugar
No teu mundo já só há um fim
E eu não tenho como te fazer voltar

Eu não consigo chegar a ti,
não posso chegar a ti,
não sei como chegar a ti.


(banda sonora no autocarro da manhã...)

Mais uma viagem...

Reuniões, reuniões, reuniões, trabalho, trabalho, trabalho... mais uma ida até terras do Norte, mais uns dias sem acesso à net... prometo quando regressar deixar aqui as fotos da neve do fim de semana, que não tive tempo de tirar da máquina, e quem sabe, mais algumas da Invicta... até mais ler...

2006/01/30

Conclusão óbvia...

... ainda estou meio anestesiada do fim de semana, graças ao frio intenso e ao breve nevão que se manifestou por estas terras... junte-se a isto uma certa falta de vontade e incentivo para trabalhar e a perspectiva de mais uma viagem de trabalho... e está o retrato do dia feito...

2006/01/29


Let it Snow, let it snow, let it snow...

2006/01/27

Citação...

Não conhecer o próprio valor é ignorar-se a si mesmo.
Sócrates

E quando li esta citação, por muito light que até possa ser, atingiu-me com a força de um verdadeiro murro no estômago. Afectou-me. E achei incrível como é que me acontece isto tantas e tantas vezes e eu continuo sem conseguir aprender a seguir em frente e ver e acreditar naquilo que os outros já viram em mim...

2006/01/26

E depois do azul de ontem, recordei-me de uma outra dimensão do azul, esta mesmo que aqui vos deixo hoje...

Quase / Mário de Sá-Carneiro

Um pouco mais de sol - eu era brasa,
Um pouco mais de azul - eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém...
Assombro ou paz? Em vão... Tudo esvaído
Num grande mar enganador de espuma;
E o grande sonho despertado em bruma,
O grande sonho - ó dor! - quase vivido...
Quase o amor, quase o triunfo e a chama,
Quase o princípio e o fim - quase a expansão...
Mas na minh'alma tudo se derrama...
Entanto nada foi só ilusão!
De tudo houve um começo ... e tudo errou...
- Ai a dor de ser - quase, dor sem fim...
Eu falhei-me entre os mais, falhei em mim,
Asa que se enlaçou mas não voou...
Momentos de alma que, desbaratei...
Templos aonde nunca pus um altar...
Rios que perdi sem os levar ao mar...
Ânsias que foram mas que não fixei...
Se me vagueio, encontro só indícios...
Ogivas para o sol - vejo-as cerradas;
E mãos de herói, sem fé, acobardadas,
Puseram grades sobre os precipícios...
Num ímpeto difuso de quebranto,
Tudo encetei e nada possuí...
Hoje, de mim, só resta o desencanto
Das coisas que beijei mas não vivi...
Um pouco mais de sol - e fora brasa,
Um pouco mais de azul - e fora além.
Para atingir faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém...

2006/01/25


Azul...

Gosto especialmente de azul, talvez por isso a minha preferência por miosotis. Estas flores minúsculas em todos os milhares de cambiantes possíveis de azul, fascinam-me pela sua delicadeza e perfeição... mas muito para além da raridade e beleza da cor que ostentam, gosto deveras da sonoridade do seu nome, miosotis... parece que as letras rolam como pequenos berlindes de vidro translúcido dentro da nossa boca até criarem um som frágil e breve como uma nota suspensa no ar... tão doce e terna como o seu nome na língua de Shakespeare... porque o miosotis também recebe o nome de Forget Me Not... e talvez resida aí o seu verdadeiro encanto e significado para mim... Não me Esqueças, Não te Esqueço, Nunca Esquecerei... uma sequência harmónica de significados puros e doces como um amor ou uma amizade intemporal...

2006/01/24


Sombra...

Vejo-te passar, pé ante pé, semente sorrateira de sombras e tempos passados.

Não sou mais que o vento que passa murmurando por entre as ervas altas no teu caminho.
Não és mais que um sonho de outras eras, criatura mágica sem rumo pelas florestas perdidas.
Acompanho-te na sombra, velando os teus passos incertos.
Perco-te por vezes na escuridão da noite profunda.
Logo descubro o teu rasto em reviravoltas de folhas soltas, desmaiadas nas pedras do chão.

2006/01/23


Gostas...

- Gostas?
- Sim.
- Mas gostas mesmo?
- Sim gosto...
- Mas gostas porquê?
- Porque gosto.
- Só assim?
- Sim... só assim. Gosto porque gosto.
- Sem uma razão?
- Sim... sem uma razao especial. Simplesmente porque sim.
- Mas isso não pode ser...
- Pode sim. Pode ser assim com toda a simplicidade e subjectividade que isso possa encerrar. Gostar por gostar, sem motivos, sem razões, sem análises, sem opções, sem porquês... Gostar unicamente porque é mesmo assim, porque aconteceu, porque não se escolheu...
- Mas achas que isso é possível?
- Acredito que sim. Acontece comigo... e eu gosto que seja assim...

2006/01/22

Aniversário...

Acabei de chegar de uma festa de aniversário e estou dividida algures entre o cansaço que sinto e a boa-disposição que consegui descobrir bem cá no fundo... Na verdade, o sítio, empresa, entidade, ou que desejem chamar-lhe, fez 25 anos de constituição e tal evento foi, obrigatoriamente, comemorado em grande, com almoço e uma boa dose de brincadeira e crítica, elementos fundamentais num evento deste tipo, já que é mais do que sabido que não há instituições perfeitas...
Passei de facto um almoço e uma tarde divertida com as pessoas com quem partilho uma boa parte dos meus dias e com quem tenho de trabalhar e apenas lamento que algum do espírito de colaboração apenas surja nestas alturas, quando há momentos em que tanta falta faz... mas as coisas boas, tal como as más, são mesmo assim, apenas nos restando aprender a conviver com isso e a saber contorná-las...
... e Feliz Aniversário trabalho!!!

2006/01/21

Sábado...

O Sábado tornou-se por hábito, o dia em que se preparam as compras da semana, se dá alguma arrumação na casa, em que nos dedicamos um pouco mais àquelas tarefas caseiras que nem sempre apreciamos, mas que têm mesmo de ser feitas... hoje, em particular, despachei-me destes afazeres tarde e não me restou muita vontade para fazer algo mais, dedicando-me um pouco ao dolce fare niente, já que amanhã também vai ser um dia muito movimentado e de pouco descanso...

2006/01/19

Con toda Palabra / Lhasa de Sela

Con toda palabra
Con toda sonrisa
Con toda mirada
Con toda caricia

Me acerco al agua
Bebiendo tu beso
La luz de tu cara
La luz de tu cuerpo

Es ruego el quererte
Es canto de mudo
Mirada de ciego
Secreto desnudo

Me entrego a tus brazos
Con miedo y con calma
Y un ruego en la boca
Y un ruego en el alma

Con toda palabra
Con toda sonrisa
Con toda mirada
Con toda caricia

Me acerco al fuego
Que todo lo quema
La luz de tu cara
La luz de tu cuerpo

Es ruego el quererte
Es canto de mudo
Mirada de ciego
Secreto desnudo

Me entrego a tus brazos
Con miedo y con calma
Y un ruego en la boca
Y un ruego en el alma

2006/01/18

Daqui para ali...

Dois dias de reuniões no Porto na passada semana, hoje uma visita à Covilhã, mais viagens e visitas preparadas para as próximas semanas... durante uns tempos, dois meses pelo menos, vai ser assim a minha vida, até o projecto encontrar um rumo próprio de desenvolvimento e se desenrole por si... Agora são momentos de planear, programar, fazer acordos, definir tarefas e responsabilidades... momentos cansativos mas frutuosos em contactos...
E eu cá ando de cá para lá, mantendo o meu estatuto de membro mais antigo do projecto e logo, o detentor do conhecimento histórico mais alargado, o tira-dúvidas de serviço... mas a verdade é que apesar dde todo o cansaço e trabalho que isto acarreta, o prazer de participar em algo que se viu "crescer" da mera ideia à concretização, algo em que se acredita, supera isso e faz-me sentir bem comigo mesma, por um trabalho bem feito... :)

2006/01/17

Citação...

Enquanto fores feliz, terás muitos amigos;
Se o céu se toldar, ficarás sozinho.
Ovídio

2006/01/15

Aço na forja... / Carlos de Oliveira

Aço na forja dos dicionários,
as palavras são feitas de aspereza:
o primeiro vestígio da beleza
é a cólera dos versos necessários.

2006/01/11


2006/01/10

Reflexões...

E foi assim que regressei finalmente à escrita... para quem continuou a visitar-me, os meus agradecimentos por continuarem a aparecer para me ler, apesar de todos estes dias sem deixar aqui as minhas sombras de memória...
Não desisti deste blog, nem por momento algum tal me passou pela ideia, simplesmente precisei de mais algum tempo para me recuperar deste período de festas... não que tenha sido invadida pelo espírito natalício e tenha andado por aí em celebrações, muito pelo contrário, estes dias são sempre um momento de reflexão e de memória, que este ano tiveram um pouco mais de impacto e contribuiram para que me afundasse um pouco mais no meu silêncio...
Mas, a vida não se compadece com estados de espírito e "the show must go on" pelo que há que seguir em frente, porque, depois de alguns meses de actividade reduzida, estes ano afigura-se como de actividade intensa com a aprovação da última fase do "meu" projecto... por outras palavras, regressaram os papéis, papéis, papeis, reuniões, viagens, telefones a tocar, mil e uma coisas para fazer e muito pouco tempo para pensar em muita coisa...
Há pelo menos uma coisa muito boa em tudo isto... é que fui forçada a "despertar"! Já me fazia falta este movimento, esta actividade, esta absoluta necessidade de ter algo que fazer e prazos para cumprir... ainda agora começou, mas creio que está a começar bem...
Ainsi soit'il...

2006/01/09


Silêncio Quente...

O silêncio entra e acomoda-se no sofá mais próximo e lentamente alastra e agiganta-se, até ser parado por um sorriso luminoso e cristalino ou uma gargalhada resistente e sonora como mil campainhas de vidro fosco penduradas num beiral alcandorado ao vento... porque por vezes nem sempre as palavras são necessárias para se ser simplesmente feliz, porque nem sempre o silêncio se consegue impôr aos sentimentos que pairam no ar, aguardando uma alma a que se agarrar e conquistar... e assim se derrota o silêncio, reduzindo-o à sua mínima expressão de uma almofada fofa e confortável de retalhos ou de uma manta colorida de tricot esquecidas numa sala quente povoada de sonhos...

2006/01/03

Citações...

Há dias em que nos deparamos com coisas que por algum momento até fazem todo o sentido. Descobri esta por acaso no Citador:

"Todos os homens aspiram à vida feliz e à felicidade, esta é uma coisa manifesta; mas, se muitos têm a possibilidade de alcançá-la, outros não a têm em virtude de algum azar ou vício de natureza (pois a vida feliz requer um certo acompanhamento de bens externos, em quantidade menor para os indivíduos dotados de melhores disposições e em quantidade maior para aqueles cujas disposições são piores), e outros, finalmente, tendo a possibilidade de ser felizes, imprimem desde o início uma direcção errada na sua busca da felicidade."
Aristóteles, in 'Ética a Nicómaco'

2006/01/01

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades / Luís de Camões

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.