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2005/01/25


Melancolia...

Hoje foi um daqueles dias em que a mera menção de trabalho nos faz sorrir e pensar noutra coisa qualquer, no filme que se deseja ver, no livro que se quer ler, naquela pessoa especial que está longe e, simultaneamente, tão perto, nos amigos, nas memórias de outros tempos...
Dei por mim a vaguear por aí (pela net, leia-se), sem destino marcado, um passeio por janelas abertas para outras realidades, janelas encadeadas em pensamentos, com nexo e sem ele, cruzamentos de existências e, por vezes, de sonhos... senti-me sorrir pelo que ia lendo, a somar dois mais dois, a antever possíveis conclusões, a formular felicitações aos que se atreviam a derramar nestas páginas virtuais, sentimentos e estados de espírito, confidências e emoções... abstive-me porém de deixar o meu comentário, de marcar presença... limitei-me a proferir as minhas palavras num murmúrio vago, interior, mutismo assumido num acto de pensar...
Pensar que, a partir de uma certa altura, parece que tendemos a complicar as situações... um comentário simples pode ser visto como uma intromissão, carregar-se de segundas e terceiras intenções, submeter-nos a julgamentos e avaliações, e em última análise, proporcionar um distanciamento... é interessante considerar que aquilo que para nós é uma mera manifestação de simpatia e amizade potencial, pode ser considerado por outro alguém, como uma invasão do seu espaço...
Não me posso impedir de pensar também que muitas das pessoas com que me vou cruzando já não sabem encarar esse tipo de dedicação e conceito de amizade... e estranham, e estabelecem um “perímetro de segurança”, refugiam-se nos seus “mundos”, erguem defesas... e é nesses momentos que me lembro e recordo com prazer como as coisas eram tão simples quando éramos pequenos, miúdos traquinas e sorridentes, sem preocupações, quando bastava um simples “queres ser meu amigo?” para se cativar alguém ou mesmo um simples sorriso e uma piscadela de olho, antes de sair pelo recreio fora em brincadeiras e correrias cúmplices...
Mas se calhar aqui o bicho raro sou eu que acredita ainda neste tipo de amizade, simples, que tem saudades desses tempos de miúda e que fica com um sorriso enorme de cada vez que vê um amigo...


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