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2005/01/18

Reflexões...

Esta semana decidi ficar em casa, acabar de gozar as minha férias de 2004, gastar algumas das inumeras horas extraordinárias que fiz e não tive oportunidade de gozar, fazer um trabalho sobre formação interna para um curso, estudar para o teste e, finalmente, curar-me desta gripe que me tem deixado dores no corpo e um cansaço brutal... escusado será dizer que estou sem vontade de estudar para o teste, sem vontade de fazer o trabalho, sem vontade de voltar para o emprego... poderá ser uma influência nefasta da gripe... talvez... mas por outro lado, poderá ser também uma vontade subreptícia de libertação da conformidade imposta pela chamada "vida laboral"... é engraçado como ainda ontem em jeito de resposta a uma mensagem alguém me brindava com "a não-submissão aos dias que passam"... não me pude impedir um sorriso em relação a isto... é bonito falar de independência, and so on, de libertação de amarras filiais, de vida própria, e não vou negar que não faz eco cá no íntimo, que não é uma necessidade sentida, todos os dias de forma mais ou menos crua, mais ou menos dura, mais ou menos intensa...
Mas... e o "mas" é fundamental, na minha perspectiva, há que entender quando se faz uma sugestão assim, que cada ser tem uma realidade própria... pergunto-me se o facto de, a um dado momento em que me vi realmente só, decidir permanecer junto da família terá sido uma má opção? Não o creio... apesar de à primeira vista ter perdido alguma da minha "liberdade", porém verdade seja dita... qual era o interesse de uma liberdade solitária e infeliz? Talvez tenha aceite uma realidade "limitativa" a alguns olhos, não vou dizer que não o é, realmente há dias em que me apetece "bater com a porta" e fugir... porém, também me conheço o suficiente para saber que, neste momentos de crise por que a minha família (e tenho gosto em dizer esta palavra em todo o seu significado) está a passar, a minha presença se torna fundamental, constituo o principal pilar de apoio deles, pelo que jamais iria considerar deixá-los desamparados... Compreenda-se, não é receio de viver a vida, é sentimento de pertença, é amor filial... e sei que, aqueles que verdadeiramente me conhecem, compreendem e aceitam, e sobretudo, me apoiam e me ajudam, quando chega o meu momento de precisar de desabafar, simplesmente ouvindo, compreendendo, demonstrando carinho e afeição...
Porque no final de contas, digam o que disserem, se gostamos de alguém, se temos amizade por alguém, o que verdadeiramente importa é aceitá-lo como é, enquanto pessoa válida e que nos pode trazer alguma contribuição para a nossa vida, para o nosso crescimento pessoal e intelectual, independentemente da realidade que escolheu e que vive... a isso chama-se tolerância e distingue-nos, pela positiva, de tudo o resto... Ainsi soit'il!


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